A partir desta terça-feira (11), o Instagram começou a aplicar automaticamente uma série de restrições a contas de adolescentes no Brasil. As mudanças incluem a configuração automática dos perfis como privados, o bloqueio de interações com desconhecidos e a ativação do modo noturno, que silencia notificações entre 22h e 7h.
A medida faz parte de uma estratégia da Meta, empresa responsável pelo Instagram, para aumentar a segurança e o bem-estar digital dos jovens. A decisão foi anunciada no final de 2024, após uma onda de críticas e processos judiciais sobre os impactos da rede social na saúde mental de adolescentes.
Novas regras para adolescentes
Com a nova política, todas as contas de usuários menores de 18 anos serão privadas por padrão. Isso significa que desconhecidos não poderão visualizar publicações ou enviar mensagens sem a aprovação do usuário. Além disso, menores de 16 anos precisarão da autorização dos pais para alterar as configurações de privacidade.
O Instagram também passou a aplicar filtros mais rigorosos para conteúdos sensíveis, restringindo o acesso a publicações sobre violência, procedimentos estéticos e temas relacionados a transtornos alimentares e dismorfia corporal.
Além disso, os pais terão mais controle sobre as contas dos filhos, podendo:
- Definir limites diários de uso do aplicativo;
- Aprovar ou negar mudanças nas configurações de privacidade;
- Visualizar com quem os filhos conversaram nos últimos sete dias.
A Meta argumenta que as novas restrições oferecem mais tranquilidade para os responsáveis, garantindo que os jovens estejam menos expostos a conteúdos inadequados e interações perigosas.
Desafios e expansão global da “Conta de Adolescente”
O Brasil é um dos países com maior número de adolescentes ativos no Instagram. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil, 38% dos jovens de 13 a 14 anos e 62% dos de 15 a 17 anos consideram a plataforma sua rede social favorita.
A introdução da “Conta de Adolescente” no Brasil faz parte de um plano global da Meta, que já implementou medidas semelhantes em países como EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e União Europeia.
No entanto, especialistas alertam que alguns adolescentes podem tentar burlar as restrições, criando contas falsas ou migrando para plataformas com menos regulamentação.
Diante disso, a Meta promete expandir as ferramentas de controle parental nos próximos meses, permitindo que os pais ajustem as configurações de segurança diretamente. A empresa também pretende aprimorar seus algoritmos para identificar e remover conteúdos prejudiciais com mais eficiência.
Por Nágela Cosme
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