Juazeiro do Norte (CE): Triplicam os casos de sífilis e remédio para sua cura não atende a demanda

Relativamente barata para o fim a que se destina, a penicilina benzatina, conhecida pelo nome comercial de benzetacil, está em falta no mercado brasileiro. Criada no início do século XX, ela revolucionou a medicina e hoje é usada principalmente para curar a sífilis, doença sexualmente transmissível, e a febre reumática.

Em Juazeiro do Norte, na mesma medida em que as notificações de casos de sífilis mais que triplicaram aumentando de quatro no ano passado para catorze entre janeiro e maio deste ano, somente no Centro de Infectologia, a penicilina tem sido encontrada com dificuldade.

“A única forma de tratamento para a sífilis congênita, ou seja, para a gestante que se descobriu com sífilis, é com a penicilina benzatina, a tão famosa benzetacil que está em falta no Brasil”, contou Ronildo Oliveira, coordenador do Centro. “Faltou penicilina no Brasil todo, faltou no Juazeiro. Nós conseguimos a primeira remessa no mês passado e agora estamos com a segunda remessa”, explica

O Centro de Infectologia garantiu que sessenta ampolas de benzetacil chegam todos os meses para o tratamento de gestantes a fim de curar a doença na mãe impedindo que ela seja transmitida ao filho. A cada semana a gestante recebe uma dose do antibiótico, geralmente, durante um mês.

“Hoje temos sessenta ampolas por mês. (...) O município conseguiu garantir para as gestantes e para o tratamento de febre reumática. A outra sífilis, adquirira, ela tem outra linha de tratamento”, explicou Ronildo.

Por meio da sífilis congênita, quando a mãe tem a doença e passa para a criança, se se ela não receber as doses certas do antibiotico, a criança pode nascer cega, com retardo mental, baixo peso, alterações na face, além de problemas neurológicos e até aborto espontâneo. Entre 2008 e 2013 225 crianças morreram por não serem medicadas.

Segundo o Ministério da Saúde o remédio está em falta porque o fornecedor da matéria prima, importada, mudou. Disse ainda, que o problema não é restrito ao Brasil. O Site Miséria procurou a Secretária de Saúde de Juazeiro, Marcleide do Nascimento através de seu telefone particular, mas as ligações não foram atendidas.

Robson Roque

Fonte: Miséria

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